terça-feira, 2 de março de 2010

Ainda sem nome...

Sentada na sacada
de um sobrado inacabado
ainda criança
tecia sonhos

Subia quieta
com seu livrinho na mão
e com qual objetivo se não
lê-lo inteirinho
com os olhos
e coração

E ali ficava
e nem imaginava
o quão longe iria
sua imaginação
O quanto poderia
com aquele livro nas mãos

Não se lembrava
do medo de altura que tinha
o risco compensava
e o medo se continha

O medo se transformava
em uma sensação
de coragem inabalada
em um fogo no coração
que ardia em disparada
Gostosa sensação...

Suas pernas soltas no ar
balançavam ao rítimo do vento
e a cada sopro lento
a cada impressão de voar
o que se soltava e voava
era seu pensamento

Às vezes descansava os olhos
no azul clarinho do céu
Amava as nuvens claras
queria como elas ser
de tão diferentes formas
e de repente com o vento
se desfazer

E voltava para a história
Lia preguiçosa como se algo temesse
A história não acabava
e nem queria que isso acontecesse

Ela ainda criança
sentada na beira da sacada
de um sobrado inacabado
com as pernas soltas voava
com o pensamento voava
com o coração, tão jovem, sentia
com os olhos via e sorria
pois um mundo descobria

E mal sabia
que ela, ainda criança
sonhos tecia
sonhos cheios de fogo
e desejos sinceros
sonhos encantados
como as histórias que lia
e tão inacabados
quanto aquele sobrado.

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